![](layout/cal-data.png)
Ricardo Luz, Director Geral da GESTLUZ, considera que no futuro não haverá distinção entre o e-recruitment e as formas tradicionais de recrutamento, mas apenas entre boas e más formas de recrutamento, e que as primeiras recorrerão a todas as tecnologias que permitam melhorar o resultado de um processo de recrutamento.
SE: Como e quando surgiu a ideia de criar a GESTLUZ?
RL: A ideia de criar a GESTLUZ surgiu em 1994, quando percebi que o que gostaria de fazer na vida era criar e desenvolver um projecto próprio e, através dele, contribuir para o desenvolvimento das organizações e dos indivíduos e, consequentemente, da sociedade.
SE: O que é a GESTLUZ e quais os vossos objectivos?
RL: A GESTLUZ é uma empresa que presta serviços no âmbito da Consultoria de Gestão, através dos seus serviços de Consultoria e Formação nas áreas de Estratégia, Suporte à Decisão, e-business, e-learning, Gestão do Conhecimento, Marketing, Qualidade, Produção, etc, apoio a Concepção, Organização e Desenvolvimento de Empresas e Serviços.
A missão da GESTLUZ, que incorpora os seus objectivos, consiste em contribuir para o desenvolvimento das Organizações, Indivíduos e Sociedade, e resulta da sua crença em que pode:
-contribuir para o desenvolvimento de organizações e seus bons profissionais, com soluções de qualidade que satisfazem as suas reais necessidades
-recompensar justamente, pelo seu mérito, o esforço dos seus consultores, criando um ambiente de trabalho onde se realizem
-participar na criação de redes internacionais de parceiros e fornecedores, onde todos se desenvolvam e sejam recompensados na justa medida da sua intervenção
-gerar resultados suficientes para autofinanciar o seu desenvolvimento e recompensar justamente os seus accionistas
-contribuir, com uma atitude responsável e ética, para o desenvolvimento das sociedades onde se insere.
SE: Quais os sectores de actividade em que actuam e principais projectos?
RL: A GESTLUZ actua em todos os sectores de actividade, sendo o seu foco o apoio à gestão das organizações. Apoiamos as organizações na definição dos seus objectivos estratégicos e posicionamento no mercado, no desenvolvimento das suas competências críticas e competências pessoais dos seus colaboradores, ajudando as organizações a alinhar as competências dos seus colaboradores com as competências empresariais críticas para a sua competitividade.
Dada a sua multidisciplinariedade e actual dimensão, a GESTLUZ está permanentemente envolvida em vários projectos, podendo no entanto destacar, pela sua relação com o tema desta entrevista, o apoio ao Desenvolvimento do Centro de Formação a Distância (e-Cursos AEP) da Associação Empresarial de Portugal e a sua participação no Consórcio Português, (junto com Sidereus, ParadigmaXis, Departamento de Informática da Universidade do Minho e AEP) do Projecto Europeu IKF, maior Projecto Eureka na área das tecnologias de Informação. Este projecto terá como um dos focos de investigação as áreas de "Knowledge Management" e e-learning.
SE: Como está o mercado de trabalho nacional neste sector de actividade? Quais são as principais dificuldades com que se defrontam?
RL: O mercado de trabalho no sector de Consultoria e Formação está em franco desenvolvimento e crescimento. No entanto, devido à distorção provocada pelos fundos comunitários, existe um "pseudo mercado" e consequente profusão de "pseudo empresas de consultoria e formação" e de "pseudo Consultores e Formadores". Esta é uma realidade distorcida, com a qual teremos que continuar a conviver até ao final do actual Quadro Comunitário de Apoio, altura em que o mercado fará a sua selecção, ficando apenas as empresas e consultores que verdadeiramente acrescentem valor aos seus clientes.
SE: O que se pode esperar em termos de tendências futuras para este sector e quais os vossos objectivos a médio/longo prazo?
RL: Realidades como a erosão constante das competências e respectiva necessidade de actualização, a pressão concorrencial e a necessidade de aumentar a competitividade pela produtividade e pela inovação, aliadas à globalização e à rapidez com que o mundo dos negócios se move, trazem novos e constantes desafios às organizações, pelo que o mercado da consultoria e formação em Portugal e no mundo terá tendência a crescer.
O nosso principal objectivo a médio/longo prazo é o mesmo desde o nascimento da GESTLUZ: ser uma das melhores empresas de consultoria do mundo. Sabemos que ainda estamos muito longe disso, mas também sabemos que estamos muito mais perto do que quando começamos e mesmo que não o consigamos atingir, vamos lutar por ele permanentemente.
SE: De que forma a GESTLUZ se diferencia das suas concorrentes?
RL: Essencialmente pela atitude e cultura de empresa suportada nos nossos valores e crenças que suportam a nossa missão. São as bases sólidas onde se sustenta a prestação dos nossos serviços que nos diferencia.
SE: Quantos colaboradores tem a GESTLUZ?
RL: Dez consultores internos e vários externos que colaboram com a GESTLUZ sempre que a dimensão dos projectos o justifica.
SE: O que considera que as empresas devem fazer para motivar os seus colaboradores, de forma a que os mesmos não procurem outras oportunidades?
RL: Contribuir para o seu desenvolvimento pessoal e profissional. Recompensar justamente, pelo seu mérito, o seu esforço. Criar um ambiente de trabalho onde se realizem. Dar-lhes toda a informação/formação, bem como todos os meios para que desenvolvam com autonomia e responsabilidade a sua função, de forma que a empresa onde colaboram seja a sua empresa e não a empresa onde têm um emprego.
SE: Qual a importância da certificação dos produtos ou serviços de uma empresa?
RL: Se a certificação for o coroar de produtos ou serviços de excelência, estão é fundamental pelo que representa para o orgulho da própria empresa e para confiança dos seus clientes. Se ela for apenas mais um "carimbo", então ...
SE: As empresas (e os empresários) nacionais estão conscientes da importância da formação dos seus colaboradores, ou ainda vêm a formação como um custo?
RL: Os verdadeiros empresários e gestores nacionais estão cada vez mais conscientes da importância da formação dos seus colaboradores, sendo que muitos já a consideram decisiva para aumentar as competências pessoais destes e no alinhar destas com as competências críticas das suas organizações, única forma de aumentar a competitividade das organizações de forma sólida e duradoura. Os outros ...
SE: Acha que o e-learning é credível? Ou seja, as pessoas acreditam na formação à distância?
RL: O e-learning é credível quando visto como mais um instrumento - muito poderoso, por sinal - do ambiente de formação e informação que as organizações hoje têm que disponibilizar aos seus colaboradores (e que estes têm que procurar incessantemente) para que desenvolvam continuamente as suas competências pessoais e o façam de forma alinhada com o desenvolvimento das competências críticas das suas organizações. As pessoas cada vez mais acreditam na importância da formação e, como tal, em todas as formas que se revelem úteis para a sua disponibilização. Há medida que aumenta o conhecimento sobre as potencialidades (e limitações) do e-learning, mais as pessoas irão acreditar na sua importância.
SE: A Internet é um instrumento fundamental para o desenvolvimento da actividade empresarial? De que forma poderão as empresas usufruir das vantagens da Internet?
RL: A forma como as empresas poderão usufruir das vantagens da Internet, e das tecnologias de informação em termos gerais, é diferente de empresa para empresa e de sector para sector. No entanto, estas são fundamentais para o desenvolvimento da actividade empresarial quando alinhadas com os objectivos estratégicos da organização e sempre que acrescentam valor aos processos de negócio da empresa, quer sejam internos, quer externos (na relação com clientes, fornecedores, parceiros, etc).
SE: Considera que o clima de crise que se vive actualmente no sector do e-business é apenas uma fase? Como poderá ser ultrapassada?
RL: Sem dúvida, inevitavelmente as empresas caminham para a digitalização dos seus processos de negócio (obviamente a velocidades diferentes de empresa para empresa) e um dia, que penso não demorará muitos anos, deixará de fazer sentido falar em e-business, pois todas as empresas (as que forem competitivas nessa altura) terão os seus processos de negócios suportados em tecnologias de informação e comunicação adequadas às suas especificidades próprias e dos seus sectores e mercados.