
"O ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, defendeu hoje, no Porto, que os agentes culturais devem empenhar-se em explicar claramente aos investidores a cadeia de valor das indústrias criativas.
"Os investidores são pessoas muito ágeis e práticas, só investem naquilo que conhecem", afirmou o ministro, durante a cerimónia de apresentação das conclusões e propostas de acção do estudo sobre o "Desenvolvimento de um cluster de Indústrias Criativas na Região Norte", no Auditório de Serralves.
O ministro frisou que "a tarefa dos agentes culturais passa por qualificar os investidores, fazendo-os compreender que o negócio é credível e pode ser rentável".
José António Pinto Ribeiro defendeu ainda que o discurso político deve ser recentrado cada vez mais em torno da cultura, à medida que Portugal vai passando "da iliteracia ao saber", na sequência do investimento feito, ao longo das gerações, na capacitação formal e informal dos cidadãos.
O ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, Nunes Correia, que também esteve presente na cerimónia, sublinhou que o actual quadro comunitário (QREN 2007/2013) valoriza o conhecimento, base fundamental das indústrias criativas, diferentemente dos anteriores quadros comunitários, que privilegiavam sobretudo o investimento em equipamentos numa perspectiva regional. "Não basta promover a coesão territorial para que a dinâmica regional se desenvolva", afirmou.
O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), Carlos Lage, anunciou que será aberto um concurso temático para apoiar as indústrias criativas. Lage adiantou que "há verbas nos programas temáticos" para apoiar este sector.
Para o responsável, os fundos estruturais constituem uma ajuda generosa e preciosa da União Europeia e "devem ser usados com critério, eficácia e com objectivos claros de fazer convergir Portugal com a média europeia".
Nova era para as indústrias criativas
Para Carlos Lage, com a divulgação deste estudo e do seu plano de acção, "hoje começou uma nova era para as indústrias culturais e criativas" da região, e a ideia de se criar uma Agência que se assuma como ponto de referência do sector "é atraente, sugestiva e será provavelmente adoptada".
Apesar de considerar que "a ideia da criação de agências banalizou-se muito", Carlos Lage entende que esta "se aplica bem" aos objectivos propostos, à semelhança do que acontece noutros países.
O estudo foi levado a cabo pela Fundação de Serralves, em parceria com a Casa da Música, a Junta Metropolitana do Porto e a Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa Portuense.
Com este documento, a Fundação de Serralves pretende avaliar o impacto das indústrias criativas, a sua evolução, o seu potencial e o papel que desempenham na sociedade, na cultura e na economia da Região Norte do país.
A CCDRN participa na promoção, no desenvolvimento e financiamento da iniciativa, através do Programa ON - Operação Norte e no contexto das agendas prioritárias do pacto regional para a competitividade do Norte de Portugal."