Colocado perante a realidade portuguesa de um ecossistema de empreendedorismo cada vez mais saudável e dinâmico, e onde mais e mais empreendedores procuram business angels e outros capitais (de risco), informais ou formais, para implementarem os seus projectos empresariais, decidiu ajudar a levar a cabo este meritório projecto, com o objectivo, entre outros, de aproximar quem promove de quem os possa financiar.
Uma primeira reflexão que releva fazer sobre este projecto é a de que quando há forças activas no terreno, neste caso promotores de novas iniciativas empresariais e potenciais investidores nas mesmas, há sempre alguém que descobre necessidades e aproveita oportunidades, desenvolvendo mecanismos de ligação e cooperação, constituindo-se eles mesmos em elementos que irão contribuir para a melhoria da cadeia de valor do segmento a que se dirigem, criando com a sua acção novas necessidades e novas oportunidades, num ciclo virtuoso potencialmente sem fim.
Mas coloca-nos também perante uma outra reflexão, não totalmente desligada da anterior. A de que…
…o papel do Estado deve ser subsidiário e complementar à ação dos agentes privados e não substituto da mesma.
Por vezes dando o “pontapé de saída”, mas rapidamente saindo do jogo. Criando condições para que aqueles que se consideram capazes de criar e fazer crescer as suas iniciativas empresariais o possam fazer, e para aqueles que tendo competências e conhecimento sobre sectores e empresas, bem como acesso a mercados, melhor possam investir o seu tempo e o seu dinheiro – smart money – em projectos de terceiros, normalmente jovens (de idade e/ou de espírito), cujas ideias, tecnologias e garra é valiosa, mas cujo conhecimento empresarial e dos mercados é ainda reduzido.
Se tal sempre foi verdade, muito mais o é hoje, em que o berço da democracia, a Europa Ocidental, se debate com a falência do welfare state, assistindo-se à perda de esperança por parte de uma franja relevante da população que, acostumada à falsa segurança do “emprego para a vida”, se vê lançada no “mundo real”, onde terá que enfrentar riscos crescentes…, mas também novas a e boas oportunidades.
Enquanto indivíduos e profissionais, o nosso foco deve estar na defesa da nossa liberdade, pessoal e empresarial, e ao Estado, nas suas diversas formas, deve ser pedido não soluções, mas que contribua para um desenvolvimento mais harmonioso da vida em sociedade, actuando subsidiariamente aos cidadãos e entidades que a constituem. Não devíamos esquecer, e muitas vezes esquecemos, que cada euro que o Estado gasta para suprir uma nossa necessidade, desejo ou ambição, é menos um euro disponível para nós próprios o fazermos.
A liberdade individual, mais do que factor de promoção da abundância económica e da paz civil, é o princípio definidor do Homem enquanto ser moral.
A economia portuguesa precisa de concorrência, de muita concorrência, não da “mão visível” e protectora do Estado.
Precisa que o Estado não seja ao mesmo tempo regulador e operador. Seja em que sector de actividade for, precisa de mais e cada vez mais eficaz regulação. Em suma, precisa de concorrência saudável, daquela que requer regras claras, simples e de aplicabilidade célere.
É um facto que são difíceis os tempos presentes, não só em Portugal, mas na Europa e no Mundo. As implicações fazem-se sentir, de forma por vezes dramática, nas empresas e em cada um dos afectados e suas famílias. Mas então, baixamos os braços!? Não, claro que não! Todos nós, enquanto indivíduos, comunidade, região ou país, não temos alternativa que não seja a de lutar. E Portugal sempre viveu com as suas idiossincrasias e ultrapassou as suas crises, e não será desta que não o fará.
Ao Link To Leaders desejam-se os maiores sucessos e, em especial, que se constitua num exemplo da capacidade de fazer e de cooperar, e potencie o espírito de iniciativa e fazedor dos portugueses. E, em especial, deseja-se que contribua para que Homens Livres concretizem os seus sonhos!
Nota: Este artigo segue a antiga ortografia por vontade expressa do seu autor.
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