2006-06-30
Desígnio da Inovação: mantém-se a meta e ajustam-se as estratégias
"É importante que os empresários vejam cada vez mais estes programas facilitadores como complemento aos seus investimentos e ao risco que é próprio da condição de empresário numa economia de mercado" Ricardo Luz Director Geral da Gestluz
Especial Financiamento em I&D | Jornal de Negócios | Sexta-feira, 30 de Junho 2006
Cristina Alexandra Ferreira
A inovação é um desígnio antigo. Os esforços para a tornar uma peça central da actividade empresarial têm aumentado de intensidade, sem que os resultados muitas vezes avancem ao mesmo ritmo.
Os fracos indíces de inovação do país são uma discussão recorrente. As políticas para os aumentar, e as iniciativas de I&D num sentido mais restrito, são anunciadas Governo após Governo e pretexto para muitos dos instrumentos que apoiam financeiramente as empresas, mas os resultados permanecem aquém das expectativas para quem analisa Portugal num contexto europeu ou compara metas dos sucessivos executivos e observa que circulamos em torno de um mesmo objectivo há já vários anos.
A 15 de Maio de 1987 Cavaco Silva, então Primeiro-Ministro, anucniava o encerramento das Jornadas Nacionais de Investigação Científica e Tecnológica que até 1990, três anos mais tarde, a comunidade científica seria duplicada e a despesa de I&D do país aumentaria para 1 por cento do Produto Interno Bruto.
No ano anterior as despessa realizadas nesta área tinham-se fixado em 0,38 por cento do Produto Interno Bruto. Contudo, em 1991, a evolução era significativa, atingindo os 0,61 por cento do PIB, mas ficava longe dos objectivos traçados. Quinze anos depois ainda lá não chegamos.
Tem-se aperfeiçoado programas, abrangido novas áreas sem o entanto conseguir alcançar esta meta. Ainda há poucos meses José Socrates reafirmava o objetivo, agora posicionado num horizonte de quatro anos, até 2010. A missão, que já o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, MAriano Gago, tinha dado a conhecer, foi confirmada no âmbito de um debate mensal no Parlamento onde se anuncia o “maior orçamento de sempre" para a área da Ciência no Orçamento de Estado de para 2007, um total de 250 milhões de euros.
Em simultâneo são feitas reformulações aos programas de apoio à inovação, suportados nesta recta final do Terceiro Quadro Comunitário de Apoio, com o objectivo de tornar o seu acesso mais simples para as empresas que pretendam aproveitar os instrumentos co-financiados pela Uniâo Europeia.
Prioridade às PMEs. O Programa de Incentivos à Modernização da Economia é um dos principais exemplos da estrtaégia. Com a segunda fase acabada de terminar, o renovado programa PRIME recebeu candidatras de 518 entidades que procuram aceder aos 142 milhões de euros disponíveis nesta fase para ajudar a concretizar um investimento de 1,3 mil milhões de euros. A produção transnacional para exportação é a que concentra mais projectos neste programa que apresenta como um dos vectores fundamentais a inovação.
Um das grandes preocupações na área da inovação, a nóvel nacional e internacional, são as pequenas e médias empresas, destinatárias do PRIME e de um conjunto de outros programas como o FINICIA, apresentado no início do ano mas posto em marcha há poucas semanas sob a coordenação do IAPMEI - Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas para incentivar o desenvolvimento de mais de 1.300 negócios emergentes em Pequenas e Médias Empresas.
Constituem a grande massa do tecido empresarial português e assumem também lugar de destaque num contexto europeu sendo por isso, também nesta esfera, alvo de boa parte dos incentivos à inovação. Afinal espera-se que tenham um papel determinante no futuro da Europa do Conhecimento. Até 2013 foi já aprovado pelo Parlamento Europeu uma verba de 3,6 mil milhões de euros no âmbito do Programa para a Inovação e Competitividade dirigido a esta faixa do tecido empresarial.
Mas são também estas empresas quem revela maiores dificuldades em aceder à panóplia de programas disponíveis. A grande diversidade de iniciativas acaba por ser abafada pela falta de informação ou pela estrutura dos próprios programas, complicados no acesso e demorados na avaliação. Em termos gerais Miguel Sousa, gestor de projectos da Inova+, considera que as principais dificuldades das empresas passam pela "falta de conhecimento da existência desses programas" e ainda pela inexistência de "parcerias adequadas para potenciar as suas ideias", que muitas vezes se juntam a "deficiências estratégicas" que as fazem não saber "onde querem estar daqui a três ou cinco anos".
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Cristina Alexandra Ferreira
A inovação é um desígnio antigo. Os esforços para a tornar uma peça central da actividade empresarial têm aumentado de intensidade, sem que os resultados muitas vezes avancem ao mesmo ritmo.
Os fracos indíces de inovação do país são uma discussão recorrente. As políticas para os aumentar, e as iniciativas de I&D num sentido mais restrito, são anunciadas Governo após Governo e pretexto para muitos dos instrumentos que apoiam financeiramente as empresas, mas os resultados permanecem aquém das expectativas para quem analisa Portugal num contexto europeu ou compara metas dos sucessivos executivos e observa que circulamos em torno de um mesmo objectivo há já vários anos.
A 15 de Maio de 1987 Cavaco Silva, então Primeiro-Ministro, anucniava o encerramento das Jornadas Nacionais de Investigação Científica e Tecnológica que até 1990, três anos mais tarde, a comunidade científica seria duplicada e a despesa de I&D do país aumentaria para 1 por cento do Produto Interno Bruto.
No ano anterior as despessa realizadas nesta área tinham-se fixado em 0,38 por cento do Produto Interno Bruto. Contudo, em 1991, a evolução era significativa, atingindo os 0,61 por cento do PIB, mas ficava longe dos objectivos traçados. Quinze anos depois ainda lá não chegamos.
Tem-se aperfeiçoado programas, abrangido novas áreas sem o entanto conseguir alcançar esta meta. Ainda há poucos meses José Socrates reafirmava o objetivo, agora posicionado num horizonte de quatro anos, até 2010. A missão, que já o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, MAriano Gago, tinha dado a conhecer, foi confirmada no âmbito de um debate mensal no Parlamento onde se anuncia o “maior orçamento de sempre" para a área da Ciência no Orçamento de Estado de para 2007, um total de 250 milhões de euros.
Em simultâneo são feitas reformulações aos programas de apoio à inovação, suportados nesta recta final do Terceiro Quadro Comunitário de Apoio, com o objectivo de tornar o seu acesso mais simples para as empresas que pretendam aproveitar os instrumentos co-financiados pela Uniâo Europeia.
Prioridade às PMEs. O Programa de Incentivos à Modernização da Economia é um dos principais exemplos da estrtaégia. Com a segunda fase acabada de terminar, o renovado programa PRIME recebeu candidatras de 518 entidades que procuram aceder aos 142 milhões de euros disponíveis nesta fase para ajudar a concretizar um investimento de 1,3 mil milhões de euros. A produção transnacional para exportação é a que concentra mais projectos neste programa que apresenta como um dos vectores fundamentais a inovação.
Um das grandes preocupações na área da inovação, a nóvel nacional e internacional, são as pequenas e médias empresas, destinatárias do PRIME e de um conjunto de outros programas como o FINICIA, apresentado no início do ano mas posto em marcha há poucas semanas sob a coordenação do IAPMEI - Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas para incentivar o desenvolvimento de mais de 1.300 negócios emergentes em Pequenas e Médias Empresas.
Constituem a grande massa do tecido empresarial português e assumem também lugar de destaque num contexto europeu sendo por isso, também nesta esfera, alvo de boa parte dos incentivos à inovação. Afinal espera-se que tenham um papel determinante no futuro da Europa do Conhecimento. Até 2013 foi já aprovado pelo Parlamento Europeu uma verba de 3,6 mil milhões de euros no âmbito do Programa para a Inovação e Competitividade dirigido a esta faixa do tecido empresarial.
Mas são também estas empresas quem revela maiores dificuldades em aceder à panóplia de programas disponíveis. A grande diversidade de iniciativas acaba por ser abafada pela falta de informação ou pela estrutura dos próprios programas, complicados no acesso e demorados na avaliação. Em termos gerais Miguel Sousa, gestor de projectos da Inova+, considera que as principais dificuldades das empresas passam pela "falta de conhecimento da existência desses programas" e ainda pela inexistência de "parcerias adequadas para potenciar as suas ideias", que muitas vezes se juntam a "deficiências estratégicas" que as fazem não saber "onde querem estar daqui a três ou cinco anos".
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